quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Atividade física

Atividade física é fundamental para evitar obesidade e problemas circulatórios

Todas as pessoas devem se exercitar, inclusive os usuários de cadeiras de rodas. Pode parecer difícil, principalmente se o deficiente tiver uma lesão mais grave, mas com uma boa orientação profissional é possível sair do sedentarismo e diminuir a incidência de complicações circulatórias e obesidade. 


Exercícios físicos previnem complicações circulatórias e obesidade em cadeirantes
Pixabay
Exercícios físicos previnem complicações circulatórias e obesidade em cadeirantes

No Brasil, 10 mil casos novos de lesão medular aparecem a cada ano, a maior parte causada pela violência no país. O uso de armas de fogo é responsável por 46% desses casos, segundo dados da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, do Hospital das Clínicas de São Paulo (IMREA). 
O administrador Alessandro Fernandes, 41, conta que, depois de sofrer uma lesão medular e passar a usar cadeira de rodas, percebeu que a circulação ficou bem prejudicada ficando na posição sentada o tempo todo.  Foi então que foi orientado a colocar as pernas para cima, mesmo no trabalho, e a praticar atividades físicas. 
Durante o expediente, Alessandro usa um banquinho feito sob medida para colocar as pernas esticadas embaixo da mesa. “Melhora a circulação e diminui a dor”, diz.  Em casa, ele comprou um sofá com chaise para não precisar ficar o tempo todo na cama e não perder o convívio com a família e amigos. 
“Eu também faço hidroterapia para ajudar. Na água, fazemos movimentos de pedal para estimular mais a circulação”, conta o administrador. 
De acordo com o médico fisiatra André Sugawara, do IMREA, a maior parte das pessoas com deficiência está sedentária e apenas 15% são ativas. Das pessoas que começam uma atividade, 75% abandonam no primeiro ano.

Sugawara diz que os principais motivos do abandono são medo de cair; desconhecimento de que deve e precisa fazer atividade física; falta de acessibilidade; e barreiras impostas por outras pessoas, que passam a encarar o cadeirante como doente e não como um cidadão habitual. 
“Com certeza, o fator atitudinal é maior que o fator físico. Se o cadeirante vai a um clube e as pessoas que estão lá têm preconceito, ele não vai conseguir desempenhar sua função de uma forma satisfatória e acaba desistindo”, afirma. 
O médico recomenda que o paciente impulsione a cadeira de rodas no seu dia a dia, que faça uma natação ou um esporte adaptado às suas condições.  “É importante que ele esteja ativo no seu cotidiano”, enfatiza. 
O cadeirante pode começar do básico, que é ir “tocando” a cadeira de rodas e mantendo a atividade dos membros superiores, segundo a indicação do médico do IMREA.

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